Como aliviar uma crise de ansiedade quando você está sozinho
O que fazer quando não há ninguém por perto e de repente
surgem sintomas como palpitações, tensão extrema e tontura? Profissionais
apontam os caminhos mais seguros para enfrentar picos de ansiedade
Por Priscila Carvalho, da Agência Einstein - As crises de
ansiedade podem ser desencadeadas por diferentes fatores, do estresse excessivo
ao medo da Covid-19. Elas disparam sintomas como suor frio, palpitações, mãos
trêmulas, falta de ar, tontura e tensão exacerbada. Como agir diante desses
sinais quando não há ninguém por perto?
Camila Magalhães Silveira, psiquiatra e pesquisadora do
Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas, em São Paulo, destaca que, ao sentir esses sintomas pela primeira
vez, o recomendado é pedir um atendimento médico urgente. “A pessoa não vai
saber diferenciar uma crise de ansiedade de um ataque cardíaco ou de
labirintite. Nesses casos, respire profundamente e depois procure um serviço de
emergência para avaliar o quadro clínico”, diz. A telemedicina, hoje disponível
inclusive no SUS, é uma opção para se consultar com profissionais e entender o
que está acontecendo.
Se essas crises já ocorreram outras vezes — e o indivíduo
recebeu o diagnóstico de ansiedade —, é fundamental seguir as orientações
passadas pelos profissionais anteriormente e entender que os sinais
desagradáveis tendem a diminuir em alguns minutos. “Mesmo sendo assustador,
esse momento vai passar. Exercícios de respiração ajudam a acelerar esse
processo”, afirma Camila.
O ideal é buscar orientação profissional inclusive para
saber como realizar esses exercícios. “Na crise, a pessoa deve iniciar uma
respiração diafragmática lenta, com várias repetições. Ela precisa sentir o ar
entrando e saindo”, explica Janaína Leão, especialista em neuropsicologia pelo
Centro de Estudos em Psicologia da Saúde (CEPESIC). A psicóloga ainda destaca
práticas como o relaxamento muscular progressivo: o paciente contrai a testa, o
nariz, o abdômen, os braços ou as pernas de cinco a sete segundos, e depois
relaxa essa musculatura.
Já o uso de medicamentos sem prescrição é contraindicado.
“Até o remédio fazer efeito, a crise já passou”, alerta Luiz Dieckmann,
psiquiatra e diretor do Instituto Brasileiro de Farmacologia Prática (BIPP). O
tratamento de distúrbios psiquiátricos — com ou sem medicamentos — geralmente
promove melhorias a médio e longo prazo, reduzindo a quantidade e a intensidade
de episódios desagradáveis. Mais um motivo para buscar ajuda ao sentir sintomas
sugestivos pela primeira vez.
O ideal é buscar orientação profissional inclusive para
saber como realizar esses exercícios. “Na crise, a pessoa deve iniciar uma
respiração diafragmática lenta, com várias repetições. Ela precisa sentir o ar
entrando e saindo”, explica Janaína Leão, especialista em neuropsicologia pelo
Centro de Estudos em Psicologia da Saúde (CEPESIC). A psicóloga ainda destaca
práticas como o relaxamento muscular progressivo: o paciente contrai a testa, o
nariz, o abdômen, os braços ou as pernas de cinco a sete segundos, e depois
relaxa essa musculatura.
Já o uso de medicamentos sem prescrição é contraindicado.
“Até o remédio fazer efeito, a crise já passou”, alerta Luiz Dieckmann,
psiquiatra e diretor do Instituto Brasileiro de Farmacologia Prática (BIPP). O
tratamento de distúrbios psiquiátricos — com ou sem medicamentos — geralmente
promove melhorias a médio e longo prazo, reduzindo a quantidade e a intensidade
de episódios desagradáveis. Mais um motivo para buscar ajuda ao sentir sintomas
sugestivos pela primeira vez.
Melhor tratamento
Tudo começa investigando o histórico de ansiedade. Muitas
vezes, o paciente já apresenta problemas relacionados ao sono, fobias e um
desgaste físico constante, mas nunca o relacionou a um transtorno psiquiátrico.
“É preciso individualizar cada caso e fazer um bom diagnóstico”, destaca
Camila.
A partir daí, aconselha-se um suporte multidisciplinar, com
psiquiatras, psicólogos e outros profissionais que atuem em causas ou consequências
da ansiedade. É importante compreender que o tratamento pode ser longo.
Abandoná-lo por conta própria pode agravar a situação.